RESUMO
O presente estudo teve como objetivo identificar se houve Contabilidade Criativa nas contas da Petrobras no ano de 2013, frente ao resultado econômico financeiro negativo de 2012. Para isso, foi feito uma análise de conteúdo de Bardin (2011) nos principais meios de comunicação dos países que apresentam qualquer relação de investimento ou produção com a Petrobras, em confronto com as informações que a empresa gerou em seus relatórios financeiros. Foram analisados 258 jornais e revistas dos cinco continentes, em um período de 2012 à 2014. Esse período foi determinado pelo fato de que no ano de 2012 a empresa obteve um prejuízo no segundo trimestre, com isso no ano subsequente, ela declarou um lucro, ocasionado pela mudança do método de contabilização da dívida, com a utilização da Contabilidade de Hedge. Essa mudança no critério de contabilização da dívida foi uma opção adotada pela empresa para reverter o prejuízo ocasionado em 2012, prejuízo esse refletido pela desvalorização do real frente ao dólar.De acordo com essa informação gerada pela análise de conteúdo foi possível visualizar o motivo e a causa que levou a empresa a adotar esse método. Para os estudiosos e pesquisadores desse tema de pesquisa, os motivos e a causa que levaram a empresa a optar por essa mudança na contabilização da dívida foi o de demonstrar um melhor resultado financeiro de forma intencional, mesmo estando previsto em lei, pode ser considerado como Contabilidade Criativa.
A falta de um conjunto único de normas contábeis válido para todos os países pode conduzir a resultados conflitantes. Por exemplo, entre as emissoras brasileiras de ADRs (American Depositary Receipts) na NYSE (New York Stock Exchange), a CEMIG apresentou em 2002 um prejuízo de R$ 12 milhões conforme as normas americanas (US GAAP) e, sob as normas brasileiras, um prejuízo de R$ 1 bilhão (ou seja, 83 vezes maior). Também a CSN apresentou no mesmo ano um lucro de R$ 6 milhões conforme os US GAAP (United States Generally Accepted Accounting Principles), contra um prejuízo de R$ 218 milhões conforme as normas brasileiras (ou seja, 30 vezes maior). Este estudo objetiva verificar se diferenças entre as normas contábeis brasileira e norte-americana (US GAAP) geram impacto significativo no resultado duplamente reportado no Formulário 20F pelas 30 emissoras brasileiras de ADRs na NYSE. Para mensurar o efeito dessas diferenças normativas no resultado foi utilizado o "Índice de Conservadorismo" (IC) de Gray, que mede o quanto um sistema contábil nacional gera lucros menores ("é conservador") ou maiores ("é otimista") em relação aos US GAAP. A média e a mediana do IC no período 2001 a 2005 indicaram conservadorismo das normas brasileiras, não confirmado pelo teste t-Student, mas corroborado pelo teste de Wilcoxon a 10% de significância. Dividindo-se em dois subperíodos, obteve-se um IC médio de 1,2 para 2001-2002 (significativo a 3,3%) e de 0,86 para 2003-2005 (significativo a 3%), indicando uma disparidade de comportamento: a contabilidade brasileira mostra-se mais otimista que os US GAAP até 2002, passando a mais conservadora a partir de 2003 até 2005.
Quando consultamos uma lista telefônica, podemos ler até mil palavras por minuto. Através de um processo seletivo que elimina o que não queremos encontrar, a identificação dos símbolos gráficos se processa em alta velocidade. Na realidade o que fazemos é não tomar conhecimento daquilo que não interessa. Como se procurássemos, correndo por uma estrada, um determinado ponto que antecipadamente soubéssemos assinalado por uma placa verde, por exemplo, ou uma seta azul. Ao estudarmos, no entanto, não será prudente superar o número de duzentas palavras por minuto na leitura que nos conduzira a novos conhecimentos "permanentes". Se o que buscamos e uma informação séria do tipo da que é oferecida em revistas de conteúdo mais ou menos educativo, podemos, sem prejuízo, acelerar nossa leitura até trezentas palavras por minuto. Para ler um jornal, onde buscamos informações que no geral não nos interessam em profundidade, ou não representam a busca de um conhecimento permanente, podemos abranger sem prejuízo da compreensão, 500 palavras por minuto. Os índices assinalados, se bem que investigados a_ base de textos ingleses, parecem válidos quase sem alterações para o português.
O artigo acompanha a recepção da obra de Machado de Assis no Brasil e no exterior. Em confronto com a noção corrente de "universalidade", demonstra-se o prejuízo estético contido na opção de ignorar as particularidades locais formalizadas pelo autor. Com base na crônica "O punhal de Martinha", procura-se demonstrar a complexidade e a tensão da dialética entre local e universal sugerida pela obra machadiana.
No contexto da pesquisa realizada pelo programa de pós-graduação em turismo da Universidade de Brasília, o trabalho enfoca o processo de construção da imagem do lugar turístico e as estratégias publicitárias utilizadas na promoção de destinos por meio dos sites oficiais de turismo das Unidades da Federação Brasileira. A Internet - uma ferramenta cada vez mais importante na promoção turística - não é explorada adequadamente, em prejuízo à imagem do destino e à oferta de novas oportunidades.
Este artigo coloca em questao a estrategia internacional do Brasil de buscar a integracao latino-americana e, ao mesmo tempo, defender uma posicao eqüidistante das grandes potencias. Esta perspectiva nao leva em conta o fato de que a Europa e o Japao estao mais empenhados em seus proprios blocos regionais. Nestes termos o autor conclui que, sem prejuizo do MERCOSUL, o Brasil deve dar prioridade a "integracao americana", que implica uma aproximacao economica e politica maior com os Estados Unidos
Os desenvolvimentos teóricos recentes da Teoria Crítica têm passado ao largo da preocupação com a pesquisa social - seja pela pouca importância dada ao "teste" empírico das ideias teóricas, seja pela ausência de estímulo a novos projetos de pesquisa empírica no campo da Teoria Crítica. Essa tendência implica uma importante "mudança" teórica em relação ao antigo programa dialético da Teoria Crítica proposto por Max Horkheimer na década de 1930. O artigo ressalta algumas dificuldades atinentes à articulação produtiva entre teoria e pesquisa - com prejuízo, creio, para ambas, filosofia e ciências sociais.
Este trabalho apresenta um breve estudo sobre a responsabilidade civil do Estado, quando o órgão correspondente da Administração Pública se mostra omisso quanto ao seu dever legal de fiscalização das obrigações de ordem não-tributária junto às empresas (especialmente a disponibilização do formulário denominado PPP). A desatenção dessa medida muitas vezes implica em prejuízo ao segurado empregado, privado da possibilidade de demonstrar o trabalho exercido em condições nocivas, apto à contagem de tempo para aposentadoria especial. Esse gravame deve ser objeto de reparação, mediante pagamento de indenização pela perda de uma chance (pert d'une chance).
Este estudo objetivou traduzir e adaptar culturalmente as questões constantes do instrumento espanhol de Análise da Impressão e do Impacto do Prejuízo Estético, proposto por Cobo Plana (2010), para sua possível utilização no Brasil, bem como validar tal instrumento junto a cirurgiões-dentistas da área de Odontologia Legal. Os avaliadores aplicaram o método, constituído de quatro quadros, por meio de uma sequência de dez imagens que mostraram modelos sem e com lesões (cicatrizes) maquiadas, simulando danos estéticos na face. Os quatro quadros, traduzidos e adaptados culturalmente para língua portuguesa, mostraram ter potencial para oferecer maior objetividade na valoração do dano estético.
As analises dos efeitos distributivos dos impactos economicos, geralmente, tratam a demanda de consumo como uma variavel exogena. Nestes casos, a matriz inversa de Leontief nao reflete o efeito multiplicador via funcao de consumo, que e apresentada no modelo keynesiano. Entretanto, simplesmente considerar o consumo como uma atividade produtiva ficticia nao e o procedimento mais apropriado. Deve-se introduzir a funcao de consumo keynesiana de forma desagregada. Os resultados mostram como o efeito de propagacao, baseado na atual estrutura produtiva do Brasil, propicia a canalizacao da renda adicional induzida no processo de producao/renda/despesa para a classe dos rendistas, em prejuizo dos assalariados. (Pesqui Planej Econ/DÜI)
Este artigo pretende analisar diferentes processos de construção de ferrovias e operação de empresas concessionárias destes serviços. Privilegia a análise de duas importantes companhias ferroviárias, A Companhia Paulista de Estradas de Ferro, constituída principalmente por capitais nacionais, e a Brazil Railway, empresa que operava no sul do país e pertencia, no período em questão, ao conjunto de empresas controladas pelo grupo de Percival Farquhar. Pretende discutir as diferentes formas de operação e lucratividade destas empresas e destacar os altos lucros obtidos quando da construção das linhas férreas, contraposto a um recorrente prejuízo operacional. Os interesses políticos, inserções internacionais e desmandos operacionais revelam uma intensa superposição entre interesses públicos e privados que contribuem, decisivamente, para os problemas enfrentados pelo negócio ferroviário no Brasil.
Atualmente, um importante princípio das políticas públicas em saúde no Brasil é a busca da eqüidade no acesso a serviços. As desigualdades sociais verificam-se em níveis elevados na Amazônia, comparativamente ao restante do país, e, dentro da região, afetam principalmente as comunidades rurais. Este trabalho objetiva apreciar associações entre o perfil alimentar e nutricional, as estratégias adaptativas e a epidemiologia dessas comunidades, particularmente em áreas de pesca artesanal, assim como sugerir linhas gerais de políticas de saúde apropriadas. A construção de um contexto de assistência eqüitativa e de saúde sustentável, sem prejuízo significativo à biodiversidade, depende da capacidade dos poderes públicos em explorar as relações entre o uso e o manejo de recursos naturais e a qualidade de vida do homem ribeirinho.
De um e de outro lado da Guanabara surgiram duas cidades que pertencem à categoria das capitais naturais; por isso, mesmo efetivada a interiorização da Capital Federal e mesmo que se remova para o centro geográfico do Estado do Rio a fronteiriça Niterói, o problema da intercomunicação destas cidades continuará cada vez mais reclamando uma solução compatível com aquele determinismo geográfico que as predestinou à função precípua de capital, ainda que se lhes retirem os atributos políticos de sede. É lamentável que, embora reconhecida a influência daqueles impositivos geográficos e por todos reclamada a necessidade de uma ponte ou túnel para maior facilidade de circulação entre as duas cidades que socialmente se integram dia a dia, numa intimidade mais profunda, a solução vai se procrastinando com indiscutível prejuízo para ambas.