Resumo Este artigo tem como objetivo analisar o aforismo 103 de O Andarilho e sua sombra, intitulado "Lessing", com a finalidade de mostrar a confrontação de Nietzsche com o pensamento do grande ensaísta, poeta e dramaturgo, considerado o criador do teatro moderno alemão. Esta confrontação tem como ponto de partida no aforismo acima referido a questão do "estilo", o que dá a oportunidade para refletirmos acerca desta questão em Nietzsche, neste momento importante de sua obra, momento de viragem, como sabemos, em especial a partir de três outros "personagens" importantes para a discussão deste tema: Schopenhauer, Wagner e a cultura francesa.
O presente artigo pretende mostrar, a partir do curso "O poder psiquiátrico" ministrado por Michel Foucault no Collège de France em 1973-1974, a relação entre exercícios ascéticos e as práticas pedagógicas desenvolvidas nas comunidades religiosas medievais e a constituição histórica do poder disciplinar. Para isso, avalia-se o lugar estratégico dos cursos de Foucault para a compreensão de seu pensamento, assim como se aponta a consequência de sua análise, qual seja, por um lado, a necessidade da solidão, do isolamento para a produção do conhecimento e, por outro lado, entretanto, a necessidade de romper este isolamento, tendo em vista a circulação social do saber. Encontrar uma resolução para este conflito constitui-se, por sua vez, numa forma de resistência ao poder disciplinar.
As dimensões convergentes das artes e das culturas apresentam interesses para o campo da antropologia desde meados da década de 1950. Também lidas como formas de ilustrar uma comprovação fundamental da cognição de todas as populações, estas discussões em questão desvelaram posicionamentos muitas vezes divergentes, mas componentes e contextuais as nossas distintas formas de encarar mundos. Com o intuito de traçar, longe de um colecionismo de materiais heterogêneos, uma descrição analítica e reflexão interpretativa, o presente artigo busca refletir sobre os encadeamentos teóricos e antropológicos a partir do Culturalismo Boasiano, da Escola Francesa de Sociologia, da Estrutural Funcionalista, da Escola de Cultura e Personalidade, do Estruturalismo Levi-Straussiano e da Interpretativista de Clifford Geertz. Com um aporte teórico de autores em seus respectivos textos originários de diálogos com o universo das artes, este estudo visa expor um olhar sobre clássicos que podem ajudar a entender nosso presente assimétrico, prenhe de traduções e vozes submersas.Palavras-chave: Arte. Cultura. Antropologia. Etnografia do Pensamento. The converging dimensions of the arts and cultures have Abstract interests to the field of anthropology since the mid-1950s. Also read as ways of illustrating a fundamental proof of the cognition of all populations, these concerned discussions unveiled positions often divergent, but component and contextual to our different ways of looking worlds. In order to draw, away from a hoarding of heterogeneous materials, an analytical description and interpretive reflection, this article aims to reflect on the theoretical and anthropological threads from the Boasian Culturalism, the French School of Sociology, the Structural Functionalism, the School Culture and Personality, the Lévi-Straussian structuralism and Clifford Geertz's Interpretive approach. With a theoretical contribution of authors in their original texts of dialogues with the universe of the arts, this study aims to expose a look at classics that can help us understand our asymmetric present, filled with translations and submerged voices. Keywords: Art. Culture. Anthropology. Ethnography of Thought
<p>O presente artigo tem como objetivo apresentar a compreensão de Foucault sobre a biopolítica como uma gestão da vida e os paradoxos decorrentes dessa gestão que atravessa a questão da sexualidade que liga o controle disciplinar a biopolítica, assim como a normalização e os modos de subjetivação que constitui o sujeito moderno. Aborda, também, a questão do <em>estado de exceção</em> e do racismo, pontos negativos desse cuidado com a vida quando decide matar. Destaca ainda os comentários de Agamben sobre a vida nua no âmbito da <em>zoé</em> e do <em>bíos</em> numa politização da vida e de Esposito sobre a imunização da vida onde, neste é possível encontrar uma visão positiva da biopolítica.</p>